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O ponto central do caso Queer Museu


Um dos maiores problemas que encontramos em debates na internet — especialmente nas redes sociais, é que, em grande parte das discussões, o objeto principal é abandonado em nome de pontos secundários. Na ânsia de mostrar que têm razão, muitos se prendem a questões secundárias que não resolvem o problema central, mas apenas criam outros problemas. Isso é péssimo porque nunca chegamos à conclusão alguma. Não qoero dizer que todo debate vise uma solução unânime. Estou dizendo que um debate onde o problema central é abandonado perde totalmente sua função.

É o que vem acontecendo no debate a respeito da exposição Queer Museu.

O episódio tem levantado inúmeras discussões nas redes sociais, na imprensa e até entre especialistas das mais variadas áreas. Os temas discutidos variam desde estética até os limites da liberdade de expressão, passando ainda pela antiga distinção entre boicote e censura. O problema é que nenhum desses temas é o problema central da exposição.

A grande questão é que HOUVE COMETIMENTO DE CRIME. O artigo 208 do Código Penal não deixa nenhuma dúvida interpretativa:

Art. 208 - Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso:
Pena - detenção, de um mês a um ano, ou multa.

Portanto, a questão mais urgente neste caso é: quando os responsáveis pelo evento serão criminalmente responsabilizados?

Não quero aqui dizer que as outras questões não são importantes. Só estou dizendo que algumas providências que devem ser tomadas imediatamente estão sendo esquecidas por conta de outros pontos. Portanto, creio que a melhor opção agora é cobrar do Ministério Público que apresente uma denúncia contra os responsáveis pela exposição. Não podemos permitir que cortinas de fumaça façam com que as pessoas não sejam devidamente responsabilizadas por seus atos.

A arte é transgressora. Mas o artista precisa saber que a transgressão sempre vem acompanhada de um ônus. Desde o Éden é assim.

Por isso que fazer arte requer coragem e resignação.

Quem quer transgredir e não ser punido deve largar os pincéis e ir para Brasília.
O ponto central do caso Queer Museu O ponto central do caso Queer Museu Reviewed by Alcino Júnior on quarta-feira, setembro 13, 2017 Rating: 5

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